Na geração Messi e Ronaldo, eu me apaixonei por Sergio Agüero

Douglas Dayube
4 min readMar 29, 2021

--

Inicio a escrita deste texto com os olhos debulhados em lágrimas. Menos de uma hora depois de saber que uma das piores notícias da minha vida como amante de futebol aconteceu, já estou aqui escrevendo para tentar falar um pouco do que sinto pelo cara que se tornou o meu grande ídolo no futebol: Sergio Agüero.

Embora já tivesse a certeza de que ele não continuaria no Manchester City na próxima temporada, eu me mantinha em estado de negação e dizia pra mim mesmo que tudo iria acabar bem. Ele iria ficar por mais um ano para fazer uma grande temporada de despedida, mas hoje a realidade se impôs, a minha certeza, infelizmente, se confirmou, ele está indo embora.

No título do texto, eu poderia usar as palavras ídolo, lenda, maior, melhor, artilheiro, enfim, diversas outras palavras que tentassem resumir em uma só o o quão significante, o quão importante, o quão magistral, o quão enorme é a história de Sergio Agüero com o Manchester City, mas esse texto é muito mais sobre mim do que sobre ele, sabe? Então, é isso que está aí no título.

Inexplicavelmente para 99% de todos os meus amigos, mas totalmente explicável pra mim, beirando a normalidade, em uma geração que eu poderia escolher como ídolo entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, eu escolhi ser devoto do centro avante do ‘minúsculo” Manchester City, “desse time aí que precisa de dinheiro pra ganhar troféu”, “desse cara que só é o ídolo que é por que joga em clube pequeno”.

Mas para mim é normal, é explicável amar um cara que teve de imediato uma simbiose tão mágica com o clube, que conseguiu, junto com outros ídolos, elevar o patamar tão rápido de uma equipe. Foram gols, assistências, comemorações, títulos que eu testemunhei com os meus próprios olhos e me dão um orgulho tão grande, mas tão grande que é difícil até de quantificar.

A última temporada tem sido muito difícil pra mim. É uma mistura de sentimentos que mexem demais comigo. Falta de minutos em campo, lesões, corona vírus, entre outras coisas que me deixaram mal, mas que me faziam abrir a conta dele na twitch só pra ver se tava tudo bem. Não entendo nada dos jogos que ele joga, mas eu queria tá ali na companhia dele, já que ele não tava jogando em campo. É estranho, pra mim, um cara que se orgulha de não me apegar tanto às pessoas, dizer isso sobre alguém que eu jamais vi, mas é isso.

Eu poderia abordar aqui todos os prêmios que ele conquistou dentro do City e da Premier League como o de maior artilheiro estrangeiro da competição, mas o meu amor por ele não se mede apenas pela quantidade de troféus que ele conquistou, vai além.

Ontem, escrevi um texto sobre o Lewis Hamilton, dizendo o quanto ele é o meu maior ídolo dentro e fora do esporte e eu acho que a única pessoa capaz de ter o meu respeito e admiração de uma maneira tão grande é o Kun. Eu posso tá levando de uma maneira totalmente errada essa história de idolatria com atletas, mas eu não consigo dizer quem alguém é meu ídolo sem eu me apaixonar também pela pessoa. Talvez, por isso, eu tenha tantos poucos ídolos na vida.

Eu sei que ainda vou ter a oportunidade de vê-lo jogando pelo City até o fim dessa temporada, embora eu ache que vá ser por poucos minutos, mas esse texto eu só podia fazer hoje, nesse momento, ainda no calor da emoção, com todas as imagens que eu presenciei dele no clube na minha cabeça, com as lágrimas nos olhos e a boca seca. No final, esse texto nem pode sair bom, mas isso não importa, eu só quero escrever aquilo que eu estou sentindo agora.

Independente do Manchester City, eu sempre estarei onde o Agüero estiver, abro mão do clube, do time, de ver essa equipe campeã pela primeira vez da Liga dos Campeões, mas, pra mim, só faz sentido se ele estiver e eu vou seguir isso até o fim.

Sempre ao seu lado, Kun!

--

--

Douglas Dayube
Douglas Dayube

No responses yet